A dependência da saúde humana dos alimentos que ingere é indiscutível. Além disso, não é só a composição que importa, mas também a qualidade. E a qualidade dos produtos depende de como eles são cultivados - orgânicos ou com o uso de pesticidas e estimulantes químicos de crescimento.
Produtos orgânicos e inorgânicos
Para aumentar a produtividade na agricultura, pesticidas, fertilizantes sintéticos, organismos geneticamente modificados (OGM) e radiação ionizante têm sido usados há várias décadas. Se estamos falando de pecuária, para aumentar a produtividade, animais e aves - fontes de carne, ovos e laticínios - são adicionados aos antibióticos alimentares e hormônios de crescimento. O uso de todas essas preparações sintéticas se justifica pelo fato de permitirem uma ordem de grandeza no aumento de rendimentos e produtividade, o que se torna especialmente relevante em caso de escassez de alimentos devido ao aumento da população mundial.
Já na década de 40 do século passado, surgiram opositores ao uso de todo tipo de estimulantes artificiais e outras drogas utilizadas na agricultura e na indústria alimentícia. Eles defenderam que na mesa só fossem apresentados alimentos orgânicos, ou seja, aqueles que são cultivados por métodos tradicionais sem o uso de produtos químicos inorgânicos. Esses produtos são considerados seguros e ecologicamente corretos. No Ocidente, até mesmo todo um movimento social emergiu chamado de Revolução Verde. Para seus apoiadores, toda uma indústria de alimentos começou a operar, produzindo produtos orgânicos especiais que possuem rótulos que comprovam isso. Naturalmente, o preço desses produtos é muito mais alto do que o oferecido ao grande consumidor. Mas quão maiores são seus benefícios reais - a questão ainda permanece em aberto.
Os alimentos orgânicos são bons para você?
Em muitos países, estudos estão sendo conduzidos nos quais especialistas independentes comparam alimentos convencionais, inorgânicos, com aqueles que pertencem a esses alimentos. A maioria desses estudos concluiu que há pouca diferença entre alimentos tradicionais e orgânicos. Isso é evidenciado, por exemplo, pelos resultados de experimentos realizados na London School of Hygiene and Tropical Medicine, bem como por uma análise minuciosa realizada por cientistas da Stanford University, nos Estados Unidos.
De acordo com esses estudos, o valor nutricional desses alimentos, bem como sua capacidade de causar reações alérgicas, são idênticos. Já no "orgânico", o teor de agrotóxicos é inferior ao dos produtos tradicionais, em 30%, mas não é alto, já que nos produtos comuns esse teor é muito inferior ao da norma segura para a saúde. Ao mesmo tempo, a probabilidade de desenvolver um distúrbio intestinal devido à microflora patogênica contida nos alimentos também é a mesma.
No entanto, pesquisadores da Universidade de Newcastle, nos Estados Unidos, provaram que os alimentos orgânicos contêm mais de certos minerais. Em primeiro lugar, são o fósforo, o zinco e o ferro. No milho "orgânico" e nas frutas vermelhas, por exemplo, foram encontrados 52% a mais de vitamina C e 58% a mais de polifenóis antioxidantes que previnem o envelhecimento, o câncer e as doenças cardiovasculares.